Estamos na reta final do nosso
curso, chegando à linha de chegada. Assim toda a caminhada até aqui servirá
como bagagem para trilhar essa nova etapa que é o estágio obrigatório.
Nosso estágio tem como finalidade aplicar novos conhecimentos adquiridos
durante o curso, nos desacomodando de nossas práticas habituais de dia – a –
dia em sala de aula.
Meu estágio será realizado em
minha própria turma de 4º ano , onde sou a regente desde o inicio do ano letivo.
Atualmente sou concursada 40h na
Prefeitura de Canoas, onde nesse ano possuo essa turma de 4º ano, com 29
alunos, em uma turma bem homogênea, porém com alguns casos bem pontuais de
dificuldades de aprendizagem e no turno inverso realizo projetos com as turmas
de 2º ano.
Embora lecione a mais
de 12 anos e já realizei estágio no magistério pelo Dom Diogo de Souza, sempre
é diferente, cada turma é uma turma e cada ano é diferente. Mesmo com todos os
desafios sou uma apaixonada pela profissão. Após a conclusão do
curso trabalhei na Educação infantil durante 4 anos, onde aprendi na prática o
quanto é importante ensinar brincando, e como deve ser prazeroso para ambos (
professor X aluno) a aprendizagem. Todas essas vivencias tornaram – se
experiências.
“Quando
imaginamos uma sala de aula em um processo interativo, estamos
acreditando que todos terão possibilidade de falar, levantar suas
hipóteses e nas negociações chegar a conclusões que ajudem o aluno a se
perceber parte de um processo dinâmico de construção.”
Vygotski
O primeiro passo de qualquer
prática educativa é a observação, mesmo a turma sendo minha, parar e observa-
los como trabalham com os outros professores, como é a postura diante das
diferentes situações, como realizam as atividades propostas, acabam
contribuindo para que minhas aulas sejam de outra forma. Além disso, colocamos
em prática todos os conhecimentos adquiridos nas interdisciplinas durante o
curso.
Nesse caso me remete as leituras
realizadas sobre “VER” e “OLHAR”. O olhar, remete à atividade e às virtudes do
sujeito, perscruta e investiga, indaga a partir e para além do visto e parece
sempre originar-se da necessidade de “ver de novo” (ou ver o novo), como
intento de “olhar bem”, sempre direcionado e atento, tenso e alerta. O ver, já
é uma discrição
e passividade, denota um olho dócil, quase desatento que parece deslizar sobre
as coisas, as espelha e registra, reflete e grava, conota
ingenuidade no vidente, evoca espontaneidade, sugerindo contração ou rarefação
da subjetividade...
A
observação é um recurso utilizado em muitas pesquisas na área de educação.
Existem modos diferentes de realizar observações, conforme a sistematicidade
envolvida no ato de observar e principalmente no lugar que o observador ocupa
na realização de sua observação.
* Observação
simples ou descritiva: ocupa-se na descrição dos elementos presentes
na cena observada. O observador conta sobre o que observou, descrevendo o que
está presente, por exemplo, o mobiliário, as pessoas, etc. Esse tipo de
observação aproxima-se do que trabalhamos com a ideia de "ver". É um
momento preliminar do processo de observação, no qual aprendemos a afinar nossa
visão para os elementos presentes ao nosso redor. Na descrição nos detemos aos
elementos presentes e não incluímos reações pessoais do observador, ou seja,
descrevemos o que vemos, não o que sentimos ou pensamos ao realizar a
observação.
No
caso minha observação é descritiva canaliza diversos pré – conceitos que tinha
de meus alunos e me auxiliam a entender um pouco o como se dá o processo de
aprendizagem do que eles precisam verdadeiramente.
Referências:
VYGOTSKY, L. Pensamento e
linguagem. SP, Martins Fontes, 1988.
CARDOSO,
Sérgio. O olhar viajante (do etnólogo). In: NOVAES, Adauto (et al). O olhar.
São Paulo: Companhia das Letras, 1988, p. 347-351.
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