segunda-feira, 20 de agosto de 2018



Então chegamos ao final do curso, realmente passou muito rápido.
Ainda ontem cursava o curso de Pedagogia na UNIASSELVI, quando a querida colega Andreia Almeida, me falara do curso na UFRGS que era exclusivo para professores e o melhor não precisaria pagar.
Entrar na UFRGS foi uma realização pessoal, realizei três vezes o vestibular, no último consegui passar, mas infelizmente dar conta desse desafio não é uma tarefa muito simples, principalmente quando se tem filho, casa, marido, deixar de trabalhar não é uma alternativa por isso uma escolha foi feita. Nesse caso, escolhi a família até porque o filho era pequeno. Pouco tempo depois percebo o quanto era importante eu ter me sacrificado um pouco e ter concluído a graduação, por essa razão ingresse na UNIASSELVI à distância, evidente que era muito mais fácil dar conta. Felizmente quando se tem um sonho e você o quer muito, o universo conspira para que aconteça  então aqui estou na tão famosa UFRGS, chorei ao entrar no Campus do Vale, de tanta emoção foi muito emocionante, pois me remeti ao passado em tudo que havia passado e hoje estou aqui.
Durante os semestres, muitas coisas foram aprendidas umas mais significativas que nos identificamos mais, outras nem tanto, mas sempre aprender é o que vale. Falando em aprendizagem, lembro que uma das primeiras interdisciplinar do curso era: Desenvolvimento e Aprendizagem : Pensando na aprendizagem, onde havia diversos questionamentos sobre o assunto. O primeiro deles era: O que é aprendizagem?  Essa pergunta nos inquieta como professor diariamente, pois quando pensamos nele, nos avaliamos como agentes formadores, conteudistas, uma vez que temos um cronograma anual pré – estabelecido de acordo com o ano atuante, para seguir. Assim, penso que aprendizagem é a mudança do comportamento, por conhecimentos adquiridos por estímulos, por contatos físicos e até mesmo psicológicos. Acredito que a aprendizagem, vai além do planejamento e conhecimentos acadêmicos, pois lidamos com pessoas e também temos que aprender a conviver com o diferente.
E essa caminhada foi uma aprendizagem muito significativa, tivemos que quebrar paradigmas, conviver com quem não gostamos, ler e analisar diversos assuntos das quais desconhecemos ou até que não concordamos, mas isso são aprendizagens.
Enfim chegou a hora de colocar em prática todas as aprendizagens adquiridas no curso, fazer o pedido, aprimorar e reinventar nossas práticas pedagógicas são os primeiros quesitos para trilhar essa etapa.
            A prática pedagógica, consiste em algo que não pode ser definido, apenas concebido, mudando conforme os princípios em que estiver baseada a nossa ideia. Inspirada em Freire (1986), parto de uma concepção de prática pedagógica adjetivada pelo termo dialógica em que a construção do conhecimento é vista como um processo realizado por ambos os atores: professor e aluno, na direção de uma leitura crítica da realidade. Desde essa perspectiva, a prática pedagógica pode ser pensada assim como expressa Fernandes (1999 , p.159):

[...] prática intencional de ensino e aprendizagem não reduzida à questão didática ou às metodologias de estudar e de aprender, mas articulada à
educação como prática social e ao conhecimento como produção histórica e social, datada e situada, numa relação dialética entre prática- teoria, conteúdo- forma e perspectivas interdisciplinares.

 
 






Nesse sentido, conforme destaca Fernandes, a aula se constitui num espaço -tempo onde transitam diferentes histórias, formando uma teia de relações, em que conflitos, encontros e desencontros acontecem assim como possibilidades de construir a capacidade humana, mediada por relações dialógicas. Esse tipo de relação pedagógica não é assimétrica, no sentido de que ambos os lados: professor e aluno, ensinam e aprendem, construindo e reconstruido o conhecimento juntos. O professor aprende com o aluno, ao pesquisar sua realidade, seu desenvolvimento cognitivo e afetivo, enquanto o aluno aprende, por meio de um processo de reconstrução e criação de conhecimentos daquilo que o professor sabe, tem para compartilhar. E essa reconstrução é interessante , pois em nenhum momento o professor perde sua autoridade por aprender com os alunos, bem ao contrário estreita os laços de afinidade e cumplicidade entre professor e aluno.
E assim realizo o pedido formalmente a minha diretora Rita de Cássia para estagiar em minha turma de 4º ano, onde sou regente durante o turma da manhã na escola Coronel Francisco Pinto Bandeira. O pedido foi realizado com muita felicidade e aceito com a mesma receptividade pela equipe diretiva da escola.

 
 REFERÊNCIAS:

FERNANDES, Cleoni. À procura da senha da vida- de-senha a aula dialógica? In: VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org.). Aula: gênese,
dimensões, princípios e práticas.Campinas: Papirus, 2008. p.145-165.

FREIRE, Paulo & SHOR, Ira .Medo e Ousadia: O Cotidiano do Professor. 10ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1986.



Gratidão é a palavra... Gratidão é reconhecer que a vida é um presente. Não sou perfeita e minha vida também não, mas por tudo que sou e...