Então chegamos ao final do curso,
realmente passou muito rápido.
Ainda ontem cursava o curso de Pedagogia
na UNIASSELVI, quando a querida colega Andreia Almeida, me falara do curso na
UFRGS que era exclusivo para professores e o melhor não precisaria pagar.
Entrar na UFRGS foi uma
realização pessoal, realizei três vezes o vestibular, no último consegui
passar, mas infelizmente dar conta desse desafio não é uma tarefa muito
simples, principalmente quando se tem filho, casa, marido, deixar de trabalhar
não é uma alternativa por isso uma escolha foi feita. Nesse caso, escolhi a
família até porque o filho era pequeno. Pouco tempo depois percebo o quanto era
importante eu ter me sacrificado um pouco e ter concluído a graduação, por essa
razão ingresse na UNIASSELVI à distância, evidente que era muito mais fácil dar
conta. Felizmente quando se tem um sonho e você o quer muito, o universo
conspira para que aconteça então aqui
estou na tão famosa UFRGS, chorei ao entrar no Campus do Vale, de tanta emoção
foi muito emocionante, pois me remeti ao passado em tudo que havia passado e
hoje estou aqui.
Durante os semestres, muitas
coisas foram aprendidas umas mais significativas que nos identificamos mais,
outras nem tanto, mas sempre aprender é o que vale. Falando em aprendizagem, lembro
que uma das primeiras interdisciplinar do curso era: Desenvolvimento e
Aprendizagem : Pensando na aprendizagem, onde havia
diversos questionamentos sobre o assunto. O primeiro deles era: O que é
aprendizagem? Essa pergunta nos inquieta
como professor diariamente, pois quando pensamos nele, nos avaliamos como
agentes formadores, conteudistas, uma vez que temos um cronograma anual pré –
estabelecido de acordo com o ano atuante, para seguir. Assim, penso que aprendizagem
é a mudança do comportamento, por conhecimentos adquiridos por estímulos, por
contatos físicos e até mesmo psicológicos. Acredito que a aprendizagem, vai
além do planejamento e conhecimentos acadêmicos, pois lidamos com pessoas e
também temos que aprender a conviver com o diferente.
E essa caminhada foi uma aprendizagem
muito significativa, tivemos que quebrar paradigmas, conviver com quem não
gostamos, ler e analisar diversos assuntos das quais desconhecemos ou até que
não concordamos, mas isso são aprendizagens.
Enfim chegou a hora de colocar em
prática todas as aprendizagens adquiridas no curso, fazer o pedido, aprimorar e
reinventar nossas práticas pedagógicas são os primeiros quesitos para trilhar
essa etapa.
A prática pedagógica, consiste em
algo que não pode ser definido, apenas concebido, mudando conforme os
princípios em que estiver baseada a nossa ideia. Inspirada em Freire (1986),
parto de uma concepção de prática pedagógica adjetivada pelo termo dialógica em
que a construção do conhecimento é vista como um processo realizado por ambos
os atores: professor e aluno, na direção de uma leitura crítica da realidade.
Desde essa perspectiva, a prática pedagógica pode ser pensada assim como
expressa Fernandes (1999 , p.159):
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Nesse sentido, conforme destaca Fernandes, a aula
se constitui num espaço -tempo onde transitam diferentes histórias, formando
uma teia de relações, em que conflitos, encontros e desencontros acontecem
assim como possibilidades de construir a capacidade humana, mediada por
relações dialógicas. Esse tipo de relação pedagógica não é assimétrica, no
sentido de que ambos os lados: professor e aluno, ensinam e aprendem,
construindo e reconstruido o conhecimento juntos. O professor aprende com o
aluno, ao pesquisar sua realidade, seu desenvolvimento cognitivo e afetivo,
enquanto o aluno aprende, por meio de um processo de reconstrução e criação de
conhecimentos daquilo que o professor sabe, tem para compartilhar. E essa
reconstrução é interessante , pois em nenhum momento o professor perde sua
autoridade por aprender com os alunos, bem ao contrário estreita os laços de
afinidade e cumplicidade entre professor e aluno.
E assim realizo o pedido formalmente a minha
diretora Rita de Cássia para estagiar em minha turma de 4º ano, onde sou
regente durante o turma da manhã na escola Coronel Francisco Pinto Bandeira. O
pedido foi realizado com muita felicidade e aceito com a mesma receptividade pela
equipe diretiva da escola.
REFERÊNCIAS:
FERNANDES,
Cleoni. À procura da senha da vida- de-senha a aula dialógica? In: VEIGA, Ilma
Passos Alencastro (Org.). Aula: gênese,
dimensões,
princípios e práticas.Campinas: Papirus, 2008. p.145-165.
FREIRE, Paulo
& SHOR, Ira .Medo e Ousadia: O Cotidiano do Professor. 10ª ed. São Paulo:
Paz e Terra, 1986.